Ipea diz que mais de 1 milhão de pessoas saíram da extrema pobreza em 2012
        01/10/2013 - 13h27
Carolina Sarres
 
Repórter da Agência Brasil 
Brasília – A desigualdade de renda registrou queda em 2012, apesar de
 o desempenho da economia ter sido considerado fraco. O Produto Interno 
Bruto (PIB) aumentou 0,9% no ano passado, enquanto a renda per capita das famílias cresceu, em média, 7,9%.
As famílias mais pobres, em especial, conseguiram evolução na renda 
maior do que a média, 14%, entre os 10% mais pobres da população. Os 
dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no estudo 
Duas Décadas de Desigualdade e Pobreza no Brasil Medidas pela Pesquisa 
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgado hoje (1º).
A população extremamente pobre (que vive com menos de US$ 1 dólar por
 dia) caiu de 7,6 milhões de pessoas para 6,5 milhões. A população pobre
 (que vive com entre US$ 1 e US$ 2 dólares por dia), de 19,1 milhões de 
pessoas para 15,7 milhões.
"Três milhões e meio de pessoas saíram da pobreza em 2012 e 1 milhão 
da extrema pobreza, em um ano em que o PIB cresceu pouco. Para a 
pobreza, o fundamental é o que acontece na base – cuja renda cresceu a 
ritmo chinês. O bolo aumentou com mais fermento para os mais pobres, 
especialmente para os mais pobres dos pobres", disse o presidente do 
Ipea, Marcelo Neri.
Os principais indicadores do crescimento dos rendimentos da população
 são a posse de bens duráveis – como televisão, fogão, telefone, 
geladeira e máquina de lavar – e o acesso a serviços públicos essenciais
 – como energia elétrica, coleta de lixo, esgotamento sanitário e acesso
 à rede de água.
A ampliação da posse de bens e de acesso a serviços se deve, em 
grande parte, a dois fatores: o aumento da renda do trabalho e o impacto
 do Bolsa Família. "Nos últimos dez anos, o protagonista da redução da 
desigualdade é a renda do trabalho, o coadjuvante principal é o Bolsa 
Família", diz o estudo. De acordo com o Ipea, de 2002 a 2012, 54,9% da 
redução da desigualdade foi devido à contribuição da renda do trabalho. O
 Bolsa Família contribuiu 12,2% para essa queda.
"O Bolsa Família é um custo de oportunidade social, tem mais impacto 
sobre a desigualdade do que a Previdência", informou Neri. A Previdência
 é o terceiro fator que mais contribui para a redução da desigualdade, 
11,4% para os que ganham acima do piso do Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS) e 9,4% para os que ganham um salário mínimo (R$ 678). Se 
somados os dois grupos, a Previdência tem impacto superior ao do Bolsa 
Família.
Edição: Beto Coura
texto original: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-10-01/ipea-diz-que-mais-de-1-milhao-de-pessoas-sairam-da-extrema-pobreza-em-2012